Blog do Andarilho

O dia a dia de um Andarilho pela cidade

Seguindo os passos do Andaralho do Carilho

quarta-feira, 12 de janeiro de 2005


A verdadeira dívida externa


Outro dia eu estava assistindo ao Provocações do Abujamra e como sempre no fim do programa ele recitou um texto, só que aquele texto em particular me chamou muito a atenção, não só minha como da Talitha que estava comigo. Comentei sobre esse texto na Comunidade "Antonio Abujamra e Provocações" do Orkut e um cara postou o texto na íntegra. Como acho esse texto muito phoda resolvi postá-lo aqui:

"Eu, Guaicaipuro Cautémoc, descendente dos que povoaram a américa há 40 mil anos, vim aqui encontrar os que nos encontraram há apenas 500 anos.

O irmão advogado europeu me explica que aqui toda dívida deve ser paga, ainda que para isso se tenha que vender seres humanos ou países inteiros.

Pois bem! Eu também tenho dívidas a cobrar. Consta no arquivo das Índias Ocidentais que entre os anos de 1503 e 1660, chegaram à Europa 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata vindos da minha terra!... Teria sido um saque? Não acredito. Seria pensar que os irmãos cristãos faltaram a seu sétimo mandamento. Genocídio?... Não. Eu jamais pensaria que os europeus, como caim, matam e negam o sangue de seu irmão. Espoliação?... Seria o mesmo que dizer que o capitalismo deslanchou graças à inundação da Europa pelos metais preciosos arrancados de minha terra!

Vamos considerar que esse ouro e essa prata foram o primeiro de muitos empréstimos amigáveis que fizemos à Europa. Achar que não foi isso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que me daria o direito de exigir a devolução dos metais e a cobrar indenização por danos e perdas. Prefiro crer que nós, índios, fizemos um empréstimo a vocês, europeus.

Ao comemorar o quinto centenário desse empréstimo, nos perguntamos se vocês usaram racional e responsavelmente os fundos que lhes adiantamos.
Lamentamos dizer que não. Vocês dilapidaram esse dinheiro em armadas invencíveis, terceiros reichs e outras formas de extermínio mútuo. E acabaram ocupados pelas tropas da OTAN. Vocês foram incapazes de acabar com o capital e deixar de depender das matérias primas e da energia barata que arrancam do terceiro mundo.
Esse quadro deplorável corrobora a afirmação de Milton Friedmann, segundo o qual uma economia não pode depender de subsídios.

Por isso, meus senhores da Europa, eu, Guaicaipuro Cautémoc, me sinto obrigado a cobrar o empréstimo que tão generosamente lhes concedemos há 500 anos. E os juros. É para seu próprio bem.... Não, não vamos cobrar de vocês as taxas de 20 a 30 por cento de juros que vocês impõem ao terceiro mundo. Queremos apenas a devolução dos metais preciosos, mais 10 por cento sobre 500 anos.

Lamento dizer, mas a dívida européia para conosco, índios, pesa mais que o planeta terra!... E vejam que calculamos isso em ouro e prata. Não consideramos o sangue derramado de nossos ancestrais!

Sei que vocês não têm esse dinheiro, porque não souberam gerar riquezas com nosso generoso empréstimo. Nas há sempre uma saída: entreguem-nos a Europa inteira, como primeira prestação de sua dívida histórica.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2005


...e a vida continua.


E ontem eu fui pela primeira vez no ensaio da escola de samba que meu pai é Presidente. Fui pra ajudar no bar (colocaram o lobo pra cuidar das ovelhas), e não pra ver ensaio nenhum. Como quase ninguém sabia quem eu era, acabei ouvindo muita besteira, despois que neguinho descobria quem eu era ficava com aquela cara de bunda. Tem um viadinho muito estranho que cuida do ateliê da escola, o cara mal falou comigo e quando disseram que eu era filho do presidente a bicha desandou á falar "Tô fudida, ai meu deus, tô fudida!" quando perguntaram o pq a bicha respondeu "Pq eu tava cantando o filho do meu chefe!". Mas a bicha nem tinha me cantado, vai entender.

A mulher do caseiro chegou lá no bar pra falar com ele (o caseiro já trampou comigo em outra empresa e é meu amigo), foi dizendo que tinha andado no carro do presidente (BMW) e que o carro era isso e aquilo e ficou exaltando o carrão quando o cara fala curto e grosso: "Vai ficar pagando pau pro carro do cara na frente do filho dele" e apontou pra mim. A mina ficou muito sem graça.

Lembram da mina que entregava o almoço lá na loja do meu pai? Pois é, ele é porta bandeira da escola, e como eu disse antes, é do tipo galinha interesseira (cada vez mais odeio esse tipo de mulher e suas variantes). Ela me viu no bar e me comprimentou, mas pareceu não se lembrar de mim, quando meu pai chegou ele veio conversar comigo e ela foi lá puxar o saco do meu pai, ele disse que eu era filho dele e a mina começou á puxar papo comigo "Ah, desculpa, não me lembrei de você, de ser o cabelo" (meu cabelo tá grande pacas, mas já vou cortar), aí sempre que vinha buscar água no bar ela falava comigo, claro que nem dei bola.

Depois foi uma mina que trabalha na escola também que vinha direto no bar e eu ia atender ela e ela fazia questão de que o caseiro a atendesse, claro que nem me importei se não fosse pelo fato de depois dela descobrir quem eu sou fazer questão de que eu a atendesse só pra ficar puxando conversa fiada, quando estávamos indo embora eu fui levar duas das meninas que trabalham aqui na empresa, depois de deixar a primeira passei pelo carro do gerente da loja do meu pai (que é vice presidente da escola) e ele tava lotadão, levando o pessoal da escola, essa mina tava no banco da frente apertada com outra mina, parei o carro ao lado e buzinei, a mina já foi perguntando se não dava pra ela ir comigo que lá tava apertado, fingi que não ouvi e saí rasgando.

Acabei chegando em casa tarde pacas, acordei hoje meio moído mas como tô tomando uns suplementos alimentares que te deixam bem acordado (tô fazendo academia, lembram?) logo fiquei legal, apesar do calorzão de hoje.

Novamente o fim...


A Talitha se cansou de mim e resolveu terminar de novo, só que desta vez é sem volta...

P.S.: Não quero e não vou comentar mais sobre isso...

domingo, 9 de janeiro de 2005


Manual Prático da Vida


Aquilo que não nos mata, torna-nos mais fortes, acho que a gente só consegue viver bem quando atinge o estado de uma pedra, quando nada pode te atingir ou te abalar. Eu achava que já tinha chegado nesse estado, mas ainda sei que não tô lá, mas bem perto...

"O que se pode prometer: pode-se prometer atos, mas não sentimentos; pois estes são involuntários. Quem promete a alguém amá-lo sempre, ou sempre odiá-lo ou ser-lhe sempre fiel, promete algo que não está em seu poder; mas ele pode prometer aqueles atos que são conseqüência do amor, do ódio, da fidelidade, mas também podem nascer de outros motivos: pois caminhos e motivos diversos conduzem a um ato. A promessa de sempre amar alguém significa, portanto: enquanto eu te amar, demonstrarei com atos o meu amor; se eu não mais te amar, continuarei praticando esses mesmos atos, ainda que por outros motivos: de modo que na cabeça de nossos semelhantes permanece a ilusão de que o amor é imutável e sempre o mesmo. Portanto, prometemos a continuidade da aparência do amor quando, sem cegar a nós mesmos, juramos a alguém amor eterno."
(Frederich Nietzsche)


[Ouvindo: 29 Palms - Robert Plant - (4:51)]