Histórias do Acampamento

No sábado passado quando eu ainda estava aqui em São Paulo, tentei ligar pro pessoal que estava lá no camping pra avisar sobre o horário do busão que eu iria pegar, mas só dava caixa postal, então resolvi mandar a mensagem pelo pager do nosso amigo, só que eu não sabia se eles tinham recebido a mensagem. Domigo de manhã peguei o busão e fui rumo á Ubatuba, eu sabia apenas o nome da praia e o nome do acampamento, mas não tinha certeza de nada e não sabia a localização da praia e nenhum ponto de referência. Peguei o Busão e um negão de uns dois metros sentou ao meu lado, quando chegamos á Ubatuba um senhor perguntou pra ele se ele conhecia a praia pra onde ele estava indo, o negão se mostrou um verdadeiro expert em Ubatuba, conhecia tudo, até alguns condomínios pelo nome, todos no busão perguntavam pra ele antes de perguntar algo pro motorista, é claro que eu também aproveitei e perguntei sobre o lugar pra onde eu estava indo, o cara fez uma careta e disse que nunca tinha ouvido falar de tal lugar, dei todas as informações que eu tinha e nada, comecei a ficar preocupado se eu iria conseguir me comunicar com alguém quando chegasse á rodoviária.

Assim que o busão chegou na rodoviária eu já estava pensando em como eu iria me virar se não achasse o acampamento do pessoal quando esculto alguém gritando: "Ae Casa Verde!!!" (nome do bairro em que eu moro), quando olho qual não foi a minha surpresa ao ver o pessoal me esperando na porta da rodoviária, entrei no carro e o Jones já me apresentou uma geledeira portátil lotada de breja, já fui seco nela quando percebi que era Kaizer, eu sei que é uma merda, mas na minha situação já era lucro.

Mais meia hora de estrada chegamos á uma estrada de terra batida, mais uns dois quilômetros saímos no Paraíso, Praia do Estaleiro, cerca de um quilômetro e meio de praia e chegamos ao acampamento, minha primeira providência foi tirar a camisa e o tênis, aliás nem sei o por que eu levei dois pares de meia e várias camisetas sendo que eu nem usei tênis e só usava camisa quando os borrachudos começavam a atacar na linha de cintura, o que foram apenas duas vezes.

Logo troquei de bermuda e fui pra água, que como disse era logo no nosso "quintal", e fiquei boiando por um tempão deixando todo o meu stress lá, passamos o resto do dia enchendo a lata. Naquele dia fui dormir muito louco, mal me lembro como entrei na barraca, só sei que dormi logo depois, como eu não tinha levado edredon, tive que dormir direto no chão, o que não foi tão ruim em vista que a areia estava bem fresca e amenizou o calor terrível que estava lá.