Blog do Andarilho

O dia a dia de um Andarilho pela cidade

Seguindo os passos do Andaralho do Carilho

segunda-feira, 4 de agosto de 2003



Sexta

Resolvi sair, como estava muito cansado percebi que teria de puxar um ronco antes, coloquei o despertador pra tocar ás 9 e capotei na cama, porém por volta das sete e meia minha mãe me acorda dizendo que tinha ligação pra mim, era a tal mina de 17 anos (Talita), perguntou pra onde eu iria, eu respondi que por falta de alternativas (e grana) eu iria pro Alkatraz mesmo, ela combinou então de me encontrar lá. Depois disso não consegui dormir mais e acabei indo pra lá mais cedo.

O bar encheu, tinha muita gente lá, e principalmente mulher, como eu sabia que não ficaria com ela (não pq ela não quizesse) pensei em não embassar muito pra não perder oportunidades, só que logo ela me convenceu á passar a noite conversando como sempre. Desta vez além a inseparável amiga dela (Renata), havia a prima da amiga dela junto e como sempre a gente zuou pacas e demos muita risada. Já virou hábito das duas a seguinte estratégia: se elas percebem um cara vindo conversar com elas que elas não queira saber, elas me abraçam e dizem que estão comigo. E isso acontece direto, só que nesse dia no fim da noite estava eu agachado conversando com a Talita quando a Renata, que estava do lado da Talita pega na minha mão, só que eu estava com as mãos apoiadas nas pernas da Talita, o que parecia que eu estava com ela, então chegam dois caras bem aloprados e começam a puxar papo com a Renata que diz que eu era namorado dela, o cara olhou pra mim e perguntou com qual das duas eu estava, eu olhei pra Renata que logo foi dizendo que era com as duas.

Claro que o cara não acreditou e ficou zuando a Renata, mas sem desrespeito é claro, os caras até que eram legais, mas o que fez a pergunta virou pra mim e disse:
[Cara] - Só vou embora depois que eu ver você beijando as duas - eu olhei pra Renata que pareceu gostar da idéia, só que nem olhei pra Talita.
[Renata] - Você não acredita? Quer apostar então?
[Cara] - Quanto?
[Renata] - Quanto você tem no bolso?
[Cara] - Ah, deixa pra lá...

Nisso os caras já começaram á puxar assunto com uma mina que tava sozinha ao lado, a Renata virou pra mim e disse, se os caras apostarem eu topo, a Talita nem se pronunciou e eu fiquei na minha. Então o cara voltou e disse novamente que não ia embora, sacou o telefone do bolso e disse pra Renata que daria o celular dele pra ela se as duas me beijassem, pra falar a verdade eu faria de graça, mas ficou claro de que o cara tava só brincando. O fato é que ele saiu fora e depois disso a Renata parecia mais solta comigo, não sei se vocês leram, mas quando eu as conheci quem tava afim de mim era ela e não a Talita, que agora me trata com mais intimidade, quando resolvemos descer a Renata não parava de falar no assunto, mas como eu já falei sobre a Talita ela é do tipo inocente, me disse que o único namoro dela durou 3 semanas (pra mim isso nem namoro é) e eu não faria algo desse tipo com ela. Nos sentamos lá embaixo, eu no meio das duas, e a Renata ficava me abraçando o que parecia incomodar a outra.

Quando fomos embora o assunto já havia sido esquecido, durante a noite elas me perguntaram sobre o Madame, queriam saber como era, o que tocava, quanto era pra entrar, eu disse que era difícil dela conseguir entrar, pois não entram menores lá, mesmo assim elas queriam ir e perguntaram se eu tava afim de ir no dia seguinte, eu disse que sim e combinamos de nos encontrar na porta do Alkatraz pois elas não sabiam onde era.

Sábado

Apesar de ter ido dormir ás 8 da manhã eu tinha que acordar ao meio dia pra ligar pro Kadú (baixista) e pro baterista pra combinar de tocarmos pela primeira vez, tinha que ser cedo pois o baterista mora longe (Osasco), e o ensaio seria na casa dele. Mas quando eram 11 da madrugada, digo, da manhã o Kadú é que me ligou, levantei e já fui tomar banho e arrumar as coisas, fui pra casa do Kadu e de lá fomos pra Osasco. Não sabia onde era a casa do bateris, mas ele falou pra pegar o trem e descer na estação depois de Quitaúna (fim do mundo) e ligar de lá, pois a casa dele era perto da estação.

Chegamos lá ás 3 horas, meia hora antes do combinado, e como ele disse que ia dar uma saída e só retornaria ás 3:30 resolvemos parar no primeiro boteco e "molhar as palavras" como diz um amigo nosso. Ligamos pra ele meia hora depois e logo ele apareceu e acabamos tomando umas juntos. Chegamos na casa dele, arrumamos tudo num quartinho onde já estava a batera dele e começamos á tocar umas bases de blues, nenhuma música específica, mas rolou um entendimento apesar de eu ser o único que nunca tocou com banda. Depois o Kadú começou á tocar umas linhas de blues e mesmo não conhecendo a música consegui acompanhá-lo. Como eu e o Kadú não tocavamos nada de blues além daquilo acabamos tocando Black Sabbath, Raimundos e até Pink Floyd, tudo regado á cerveja.

Depois de um tempão o outro guitarrista chegou, porém ele tá sem guitarra, então deixei o cara tocar umas músicas na minha guitarra, e como o batera já tinha dito o cara toca muito, apesar de só ter 15 anos, o único porém é que quando ele começa á viajar num solo ele não para mais. Depois ele me devolveu a guitarra e pediu o Baixo do Kadú, começamos á tocar e até no baixo o cara viajava no solo, ficamos impressionados com o cara. Só sei que no final sobrou o baixo na minha mão e mesmo sendo a segunda vez que eu pegava em um toquei umas 3 músicas (o que acabou com os meus dedos). Combinamos de aprender umas músicas de uma lista que eles fizeram e combinar um novo ensaio, desta vez pra valer pois aquilo tinha sido só uma jam.

Acontece que acabei chegando em casa ás 8, nem deu pra descansar e já fui pro Madame. Me encontrei com o B.A. e as duas na porta do Alkatraz e fomos pra lá, só que como eu tinha previsto o segurança barrou a Talita, tentamos conversar e nada, encontrei um amigo meu (o ex cunhado da chicletinho) que já tinha entrado, e ele conhece todos os seguranças, então entrei e fui falar com ele. Acabamos trocando idéia com o chefe de segurança, mas não resolveu nada, então elas resolveram ir pro Alkatraz e como eu já tava lá dentro acabei ficando. Tá eu sei que foi mancada, mas como no dia anterior eu não iria ficar com ela mesmo, e voltar pro Alkatraz ia ser dose.

Sobre o que rolou lá eu adoraria contar pra vocês se lembrasse dos detalhes, mas o que acontece é que duas horas depois de entrar eu já tava em outro mundo. Chapei na cuba e numa bebida azul que tem lá, e acabei até virando um copo de whisk (que eu nunca bebo). O resultado foi que fiquei loco, sei que beijei duas minas, a primeira foi na pista e deu trabalho, a mina era muito gata mas deu uma de díficil, mas não demorou muito pra ficar com ela. O problema foi que logo depois eu enjoei dela e saí fora, fui no banheiro e na saída uma mina ficou trocando idéia comigo, na verdade ela tava me chavecando e eu não tava entendo muito ela, só sei que ela acabou me beijando e me arranhou todo. Pois é, ela colocou as mãos por dentro da minha camisa e me deixou todo marcado, acho que nem senti na hora mas no dia seguinte até tomei um susto ao passar pelo espelho sem camisa.

Já no fim da noite entrei no banheiro e ví um cara pior que eu, resolví ajudá-lo e o cara parecia não entender o que eu dizia, outro cara chegou e disse que tava com ele e o cara não falava português, o cara era Finlandês. Então resolveram molhar a nuca do cara, só que na segunda molhada o cara saiu querendo bater em todo mundo, consegui acalmar o cara gastando meu tosco e pobre inglês. Colocamos o cara numa cadeira e quando falava pra ele levantar a cabeça ele virava pra mim e falava coisas incopreensíveis (acho que era finlandês) e ás vezes falava algo em inglês, quando tava voltando pra pista uma gorda enorme perguntou pra mim o que tava acontecendo, expliquei e a mina resolveu se aproveitar do cara.

Falando sério o cara era do tipo que chama atenção das mulheres, principalmente num lugar desse, afinal o cara era mais alto que eu, loiro, olhos claros e cabelo bem liso na cintura, acho que aquela gorda jamais ficaria com um cara assim e ele deve ter pensado o mesmo pois lascou um beijão no cara e até enfiou a mão dentro da calça dele. Ela chegou á dizer pra mim e pro cara que tava com ele que se nós levássemos ele pro "motelzinho" de lá, ela dava um "jeito" pra ele ficar bom. É claro que não ajudei, pois não gostaria que fizessem o mesmo comigo, e me lembrei do dia em que acordei nesse motelzinho com a amiga feia da química. Pobre finlandês...

Não me lembro como e nem que horas cheguei em casa, só sei que acordei com uma ressaca desgraçada e passei o domingo todo na cama, acho que não volto á beber tanto tão cedo, acho melhor ficar longe do Madame por uns tempos, senão vou ter uma recaída. Quanto á Talita acho de devo uma ligação de desculpas pra ela, tá certo que ela sabia do risco e disse que se ela não entrasse pra mim entrar, mas me senti mal por não ter ido com ela, mas acontece...

(escrito ao som de Pulse do Pink Floyd)