Blog do Andarilho

O dia a dia de um Andarilho pela cidade

Seguindo os passos do Andaralho do Carilho

segunda-feira, 12 de abril de 2004



Vamos aos fatos, quinta era véspera do feriadão então eu e o B.A. combinamos de sair, o lugar seria o Morrison até que ao entrar no site do Madame eu me deparo com um aviso: Até meia noite Mulher: Free Homem: R$ 8,00 de consumação. Acabamos indo pra lá, chegamos no Madame e fomos pros nossos rituais, nos sentamos no bar de frente e lá começamos á beber, aliás foi meu primeiro gole de cerveja desde a ultima crise de estômago que eu tive (aliás, acho que não tenho mais estômago). Quando resolvemos ir pra fila... a maldita tava quase dando a volta no quarteirão, a nossa sorte foi que eu não tava aguentando esperar e precisava usar um banheiro, quando resolvi voltar ao bar pra usá-lo encontrei com a Gabi na fila e é claro, cortamos a danada.

Eu achei que o lugar não fosse encher por conta do feriado, mas eu nunca ví o Madame tão cheio, não cabia mais ninguém lá dentro, tava estrumbado, desta vez o B.A. tinha trazido um amigo dele que trampa na mesma firma que ele, os dois se arranjaram lá na pista enquanto eu só tava curtindo o som, e como eu tava sóbrio afinal não bebi muito eu comecei á apenas analizar o lugar, uma mina á minha frente ficava dançando e me lançando olhares enquanto cochichava com uma amiga, um monte de gente que parecia querer entrar no clima mas que não levava muito jeito pra dançar (como este que vos escreve), o B.A. atacando toda e qualquer mina que ficasse ao lado dele por mais de 5 segundos, o amigo dele tentando se enturmar, então eu cansei daquilo e subi pro bar, a tal mina me seguiu mas ficou esperando uma iniciativa minha que não veio e não viria mesmo que aquela balada durasse por uma semana.

O Madame voltou á ficar ás escuras, tirando a luz dos refletores da parte externa e das velas no bar o resto é um breu completo, só nos resta o estrobo da pista e o letreiro da chapelaria que fica no corredor que leva á pista, nesse corredor tem uma abertura numa parede que forma um retângulo onde a luz não entra, eu resolvi me encostar alí e ficar só observando os tipos do lugar, o engraçado é que todo mundo que passava pelo corredor não conseguia me ver, isso pq além de eu estar no escuro a luz da chapelaria ficava contra os seus rostos, era uma sensação estranha ver as pessoas passando e muitas delas olhando em minha direção e não me enchergando, como se eu fosse invíssivel, por vezes alguém pisava no meu pé ou esbarrava em mim e se assustava, então cerravam os olhos em minha direção e percebiam a presença de alguém, mas poucas olhavam nos meus olhos, normalmente olhavam pra baixo procurando alguém abaixado.

Fiquei nesse canto por mais de uma hora, só curtindo a sensação de ser invisível e analizando os tipos do lugar, caras desesperados atrás de mulher, minas falando coisas pras amigas do tipo "você viu que gato!!!" ou "Que cara chato, não larga do meu pé!!!", sempre achando que estavam á sós. Foi quando o B.A. passou e eu dei um puta susto nele saindo da escuridão bem na frente dele, então voltamos pro bar e como não tinha lugar pra sentar me acomodei num latão de lixo ao lado de uma mesa com algumas pessoas sentadas, depois de um tempo sentou-se uma mina ao meu lado e o B.A. ficou chavecando ela, quando não teve sucesso ele resolveu ir embora e a mina ficou puxando papo comigo, mas como eu não tava pra conversa ela logo desistiu, confesso que eu tava meio chato, ainda deu tempo de voltar pra pista e curtir mais um pouco depois de irmos embora.

Na sexta depois de acordar fui na casa da Talitha e saí de lá tarde, sábadão trampei e fiquei o resto da tarde em casa, mesmo não estando muito afim de sair o B.A. me encheu tanto que fui com ele pro Alkatraz, o Camilo, a Fabi e a SIlvia apareceram por lá mas nem conversamos muito pq logo o B.A. sumiu com a Silvia e como eu não queria ficar atrapalhando o casal Camilo-Fabi eu fiquei meio destacado, acabei encontrando com a amiga da chicletinho (que ficou dando em cima de mim descaradamente) e descobri que a chicletinho sumiu pq tá de trampo novo... pois é, a mina tá fazendo programa no Love Story!!! Eu quase não acreditei que uma mina que eu já peguei virou puta, cada um escolhe o seu caminho e ela com certeza não precisa disso, deve estar fazendo pq gosta.

A Fabi ainda me zuou pq a tal amiga da chicletinho passou a mão na minha bunda ao sair do banheiro e passar atrás de mim, como eu não tava muito pra beber resolvi tomar uma coca-cola e ao ir ao bar pegá-la uma mina puxou conversa comigo me zuando por estar tomando refri na balada, depois de muita conversa fiada ela me mostra um desenho estranho de um cara de óculos com cabelos arepiados, disse que aquele seria o homem da vida dela, se ela o encontrasse e depois dessa história a mina olha pra minha cara e diz: " é que eu estou procurando um namorado!", eu disse que se visse o tal cara do desenho eu avisaria ela e fui saindo de fininho.

Subi pro lugar onde eu costumo ficar, na parte superior em frente ao palco, pra ver a banda tocando, a Fabi e o Camilo se sentaram numa mesa atrás de mim e logo encostou uma mina do meu lado, daquelas com visual meio skate de bermudão e chiquinha, a menina até que era bonita, mas faça-me o favor, que estilinho escroto!!! Até aí tudo bem só que a mina não parava de olhar pra minha cara, eu fui me afastando aos poucos e percebi que ela vinha junto, decidi que não sairia dalí por causa dela e a ignorei o tempo todo, depois a Fabi tirou mais sarro ainda de mim, não bastasse ter visto a amiga da chicletinho se aproveitando de mim ela ficava toda hora perguntando da mina "esquisita" que tava atrás de mim, ainda bem que a noite acabou rápido pq eu não via a hora de me deitar na minha cama e dormir.

No domingo eu teria que ir até a locadora pra devolver uns DVD´s, só que a locadora onde eu costumo locar os filmes fica perto da casa da minha mãe, ou seja, uns 5 kilômetros da minha atual casa. Resolvi que precisava meditar um pouco e achei melhor ir caminhando, se me cansasse na volta viria de ônibus, e realmente foi muito bom pra eu por umas idéias minhas no lugar, no meio do caminho ainda esbarrei com a Morena, aquela que estudava comigo, não dei muita conversa, só o de sempre, perguntei como estavam as coisas e talz, continuei na minha via crucis até a locadora e resolvi voltar também na caminhada.

Moral da história??? O que eu já sabia, se você vai pra balada pra ficar sozinho parece que as minas percebem e só de sacanagem ficam no seu pé... Eu até que tava afim de conhecer gente legal pra conversar, só que não encontrei ninguém que quisesse conversar... Mas a balada é assim mesmo...

[Ouvindo: Everybody Hurts - REM - (5:20)]